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A importância de se amar antes de amar ao outro

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Às vezes soa como egoísmo pensar na necessidade de se amar primeiro antes do próximo, do outro, vou tentar desenvolver com vcs um pensamento a  partir da noção de auto suporte e heterosuporte na GT.

A Gestalt-terapia, desenvolvida por Fritz Perls, Laura Perls e Paul Goodman, é uma abordagem psicoterapêutica que enfatiza a consciência, a liberdade e a autossuficiência do indivíduo. Nessa abordagem, conceitos como amor-próprio, teoria organísmica, heterosuporte e autossuporte são centrais para a compreensão do desenvolvimento pessoal e do bem-estar psicológico. 

Vamos explorar como esses conceitos se interrelacionam dentro do contexto da Gestalt-terapia?  

Começando pela teoria organísmica, que, conforme descrita por Perls, é a ideia de que o organismo humano é uma totalidade integrada, onde cada parte está interconectada e interdependente. Essa teoria sustenta que o organismo possui uma sabedoria intrínseca e uma capacidade natural de autorregulação e cura, desde que esteja em contato com suas necessidades reais e o ambiente ao seu redor, desta forma , podemos relacionar o conceito de amor-próprio, dentro da Gestalt-terapia como a capacidade do indivíduo de aceitar e valorizar a si mesmo, reconhecendo suas necessidades, desejos e sentimentos. 

O amor-próprio é essencial para a autorregulação saudável e para o funcionamento harmonioso do organismo. Ele implica uma autoaceitação genuína de como somos e desta forma podemos nos dar o que denominamos de auto-suporte, porém , como somos seres relacionais, para que tudo  isso possa acontecer de forma saudável é necessário , ou seja,o que denominamos de heterosuporte que se refere ao apoio externo que um indivíduo recebe de outras pessoas, como amigos, família ou terapeutas. Na Gestalt-terapia, o heterosuporte é visto como uma forma importante de suporte, especialmente em momentos de necessidade ou crise, onde o suporte externo pode ajudar a restaurar o equilíbrio e a capacidade de autorregulação do organismo. Também é muito importante na construção do SER na infância.

 

Na prática clínica da Gestalt-terapia, esses conceitos se entrelaçam da seguinte maneira:

 A terapia ajuda os indivíduos a desenvolverem um amor-próprio saudável, promovendo a aceitação de si mesmos e a conscientização de suas necessidades e desejos. Isso é alcançado através de técnicas de conscientização e de experimentação, que permitem ao cliente explorar e vivenciar suas experiências internas de maneira não julgadora, experenciado os contornos e limites de um heterosuporte que proporcione o encontro consigo mesmo.

 Utilizando a teoria organísmica, o terapeuta ajuda o cliente a confiar na sabedoria intrínseca de seu organismo. Ao promover o amor-próprio e a autoaceitação, o indivíduo se torna mais sintonizado com suas necessidades e mais capaz de se autorregular.  A terapia trabalha para equilibrar as necessidades de heterosuporte e autossuporte. O terapeuta pode fornecer suporte externo (heterosuporte) quando necessário, mas também encoraja o desenvolvimento do autossuporte. O objetivo é que o cliente desenvolva a capacidade de se apoiar de maneira autônoma, fortalecendo seu amor-próprio e sua confiança em sua capacidade de lidar com a vida. Através do processo terapêutico, o indivíduo aprende a integrar esses conceitos em sua vida cotidiana, promovendo um crescimento pessoal contínuo e uma maior resiliência emocional. 

A integração de amor-próprio, teoria organísmica, heterosuporte e autossuporte leva a uma vida mais equilibrada, autêntica e satisfatória. Em resumo, na Gestalt-terapia, o amor-próprio é cultivado através da conscientização e da aceitação de si mesmo, fundamentado na teoria organísmica da autorregulação. O equilíbrio entre heterosuporte e autossuporte é promovido para fortalecer a autonomia e a capacidade do indivíduo de se autogerir, contribuindo para um desenvolvimento pessoal saudável e sustentável.

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